O orçamento aprovado no Congresso em 2022 e sancionado por Lula em janeiro ainda reserva cerca de R$ 6,5 bilhões para indicações de deputados e senadores
O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia manter sob a tutela do deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA), o comando da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), mantendo à frente do posto o engenheiro Marcelo Moreira e trocando superintendentes nos estados.
Moreira foi indicado por Elmar para presidir a empresa em 2019, no início do governo Jair Bolsonaro (PL). A estatal, conforme a Folha de São Paulo, mudou de vocação na gestão Bolsonaro e passou a escoar verbas de emendas parlamentares em obras de pavimentação e na compra de maquinários, como tratores.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) defendem a permanência do engenheiro, segundo parlamentares e integrantes do governo que acompanham o debate.
A Codevasf ainda se tornou alvo de suspeitas de corrupção apuradas pela Polícia Federal e de atuação de cartel de empresas, ainda sob a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, e possível continuidade, sob análise no Tribunal de Contas da União (TCU).
Parlamentares que integraram a base de Bolsonaro dominam as indicações das 12 superintendências da estatal.
Agora, ao menos metade das superintendências deve mudar de comando para abrigar aliados da base do governo Lula e retirar bolsonaristas, dizem integrantes do atual governo e da companhia.
Durante a transição de governo, aliados de Lula chegaram a usar a Codevasf como mau exemplo de clientelismo com recursos de emendas. Integrantes da gestão petista agora afirmam que cabe ao ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, definir o futuro da estatal.
Turbinada por emendas de deputados e senadores, o orçamento da Codevasf foi de R$ 1,2 bilhão para R$ 3,3 bilhões de 2019 a 2022, cifra superior a dos ministérios do Meio Ambiente e do Turismo no último ano.
O orçamento aprovado no Congresso em 2022 e sancionado por Lula em janeiro ainda reserva cerca de R$ 6,5 bilhões para indicações de deputados e senadores da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo. Parte desse valor deve ser destinado para a Codevasf
Fonte: Bahia.ba