Líder do partido apontou que distribuição de cargos é insuficiente para conseguir votos
Líder do União Brasil na Câmara, o deputado baiano Elmar Nascimento afirmou que o governo Lula (PT) não contará com o apoio total do partido como aliado da base no Congresso Nacional. A avaliação do parlamentar é que a distribuição de cargos em ministérios e no segundo escação é insuficiente para conseguir a maioria dos votos da legenda.
“[Por causa da] configuração do partido, não convém [entrar na base]. Imagine, eu dou uma declaração a vocês que sou base. Eu saio com 20 a 25 deputados me contestando. O que o governo vai ganhar com isso?”, afirmou Elmar, em entrevista à Folha de S.Paulo.
O governo Lula cedeu três ministérios para o União Brasil: Daniela Carneiro (Turismo), Juscelino Filho (Comunicação) e Waldez Góes (Integração), o último licenciado do PDT. Além disso, cargos de segundo escalão também foram cedidos em estatais, como Codevasf, Dnocs e Sudene.
“Essa é a configuração do partido. É de conhecimento público, inclusive do governo, de que 90% do partido não tinham votado no Lula. Mas as urnas impuseram a ele ampliar o diálogo. Dois terços do partido topam conversar com o governo, e um terço não topa. Mas apoio de 60%, 70% do partido representa muito mais do que outros partidos que estavam na composição inicial, como PC do B, PSB”, disse Elmar.
O deputado ainda apontou que a quantidade de votos do União Brasil junto com o governo Lula irá depender da pauta debatida. “Tem pauta que vai ter todos os votos. Tem pauta que não vai ter nenhum”, exemplificou.
Entre muitas declarações acerca do que é necessário para o governo ter mais apoio na Câmara, Elmar Nascimento declarou que nunca pediu cargos para o União Brasil e que o partido não irá brigar por isso. Também cobrou maior “agilidade nas emendas” para “cumprir os compromissos e fazer fluir o Orçamento.”
O deputado ainda disse ter se arrependido de ter o seu nome colocado como um dos cotados a receber ministério do governo federal. Ele ainda lembrou a sua atuação como opositor do PT na Bahia. “Eu reconheço que eu errei. E a questão de eu ser adversário do PT na Bahia é público e notório e não vai mudar por causa disso”.
Fonte: A tarde