Plano Estratégico inclui maternidade municipal, hospital da criança e formação de quatro mil professores especializados em TEA.
Os próximos quatro anos de Salvador serão regidos por um investimento total de R$ 7,1 bilhões, sendo R$ 4,8 bilhões em investimentos diretos previstos pela gestão municipal, que anunciou nesta quinta-feira (16) o Plano Estratégico 2025–2028 – Salvador avançando cada vez mais, em evento realizado no Palacete Tira Chapéu, no Centro Histórico da capital baiana.
Construído de forma coletiva e em sintonia com o Plano Plurianual (PPA), o documento estabelece as principais diretrizes da Prefeitura para os próximos quatro anos, com foco em inclusão social, educação, saúde, infraestrutura e sustentabilidade. Segundo a Prefeitura, o plano contou com a participação de secretários, dirigentes de órgãos e cerca de mil servidores municipais, além de incorporar demandas da população colhidas em consultas e escutas públicas.
O documento prevê investimentos diretos de R$ 4,8 bilhões, inseridos em um orçamento total de R$ 7,1 bilhões, que contempla também despesas de custeio e manutenção das políticas públicas.
Bruno Reis detalha como vai garantir os recursos
Questionado pelo Portal M! sobre como a Prefeitura vai assegurar os recursos necessários para executar o planejamento – considerado o mais ambicioso dos últimos anos -, o prefeito Bruno Reis (União Brasil) afirmou que Salvador “caminha com as próprias pernas”.
“Hoje, o que permite à Prefeitura ter um orçamento previsto de R$ 15,8 bilhões para o próximo ano é o crescimento econômico. Nosso ISS vai ultrapassar a casa dos R$ 2,2 bilhões, o que reflete uma atividade econômica aquecida”, explicou.
“Além das receitas próprias, temos operações de crédito já aprovadas e novas fontes de financiamento destinadas exclusivamente a investimentos, como a renovação da frota do transporte público e recursos para obras estruturantes. Isso garante que o plano saia do papel e gere emprego, renda e dinamismo econômico”, completou o prefeito.
Bruno Reis também destacou que o modelo de planejamento estratégico é o instrumento que dá estabilidade à gestão e orienta as entregas do governo. “Não fazemos obras por fazer, fazemos obras que mudam vidas. Investimos em infraestrutura, sim, mas investimos, sobretudo, na superação da pobreza, na educação de qualidade, na saúde e na proteção de nossas crianças, jovens e idosos”, declarou.
Saúde, educação e inclusão social no centro das metas
Entre as principais ações previstas, o plano inclui a implantação da 1ª Maternidade Municipal, do Hospital da Criança e da 1ª Ótica Popular, além da criação de cinco novos Restaurantes Populares Vida Nova. Na área da educação, as metas incluem 77% dos alunos alfabetizados até o 2º ano do Ensino Fundamental, formação de quatro mil professores especializados em TEA (Transtorno do Espectro Autista) e 100% das escolas climatizadas e conectadas.
Bruno Reis anunciou ainda a criação da SSA Inclusão, organização social pública que será responsável pelas políticas municipais voltadas às pessoas com deficiência.
“Já estão previstas ações como a entrega de uma grande escola para mil crianças com espectro autista, a ampliação de centros de reabilitação e o programa Vida Nova Inclusão, com agentes de suporte a pessoas com deficiência beneficiadas pelo BPC”, disse o prefeito.
Infraestrutura e desenvolvimento sustentável
O plano contempla obras e programas de grande porte, como o Teleférico Mané Dendê, a Via Expressa São Tomé de Paripe e a requalificação ambiental do Novo Camará, projeto de urbanização ao longo do Rio Camarajipe.
Na área de sustentabilidade, estão previstos o Centro de Referência de Mudanças Climáticas, a 1ª Marina Municipal e o 1º Hub Comunitário, além da meta de dobrar a capacidade de geração de energia solar e reduzir em 20% as emissões de gases do efeito estufa.
Em parceria com o Senai Cimatec, a Prefeitura também vai desenvolver o Complexo Econômico e Industrial da Saúde (CEIS), voltado à produção local de medicamentos, equipamentos e insumos hospitalares.
Gestão municipal destaca eficiência administrativa
O chefe da Casa Civil, Luiz Carreira, ressaltou que o novo ciclo reflete a maturidade institucional alcançada pela Prefeitura. “Este novo plano é fruto da experiência acumulada e do diálogo permanente com quem vive e trabalha na cidade. Planejar é mais do que definir metas, é transformar realidades”, afirmou.
Entre as inovações, o plano traz o aperfeiçoamento do Sistema Integrado de Planejamento e Gestão Fiscal (SIGEF), que passará a registrar recortes de gênero, raça e renda na alocação de recursos, ampliando a transparência e o controle social. Também será criado o novo Centro de Comando e Operações (CCO), que integrará órgãos municipais e permitirá o monitoramento em tempo real das ações da Prefeitura.
Cultura e turismo como pilares de identidade e economia
No campo da cultura e do turismo, o plano valoriza a identidade afro-brasileira e o patrimônio cultural da cidade, com a criação do Espaço Boquinha de Brasa, do Centro Cultural Afro-Atlântico, da Casa de Espetáculo e Escola de Música Letieres Leite, da Nova Senzala do Barro Preto – Ilê Aiyê e do novo Teatro Vila Velha.
A vice-prefeita e secretária de Cultura e Turismo, Ana Paula Matos (PDT), reforçou o caráter humano do planejamento. “Mais do que uma cidade boa para o turista, queremos uma Salvador excelente para o baiano que vive e faz essa cidade pulsar. O plano reflete nosso olhar para o patrimônio material e imaterial, para o fomento, a celebração e o desenvolvimento”, afirmou.
Planejamento como motor da transformação
Ao encerrar a apresentação, Bruno Reis destacou o papel do planejamento estratégico na consolidação de Salvador como referência nacional em gestão pública. “Não há no Brasil uma cidade que se transformou tanto nos últimos anos como Salvador. E, sem sombra de dúvidas, o planejamento estratégico é o principal responsável por isso”, afirmou. “Governar é olhar para frente, com metas e entregas claras. É assim que Salvador continuará avançando”, completou.
Fonte: Muita Informação
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