outubro 15, 2024
Esporte

Torcida faz festa, mas Vitória vacila e perde primeira na Série B

Leão foi derrotado por 3×2 pelo Atlético-GO no Barradão e perde invencibilidade; 1º lugar foi mantido

Nas arquibancadas a torcida deu show e fez sua parte. Em campo, o Vitória se esforçou até o fim, mostrou força de recuperação dentro do jogo, mas perdeu para o Atlético Goianiense por 3×2 na noite deste domingo (14) de Dia das Mães. Apesar do revés apertado, o rubro-negro se mantém na ponta da tabela da Série B com 15 pontos conquistados, um a mais que o Criciúma, segundo colocado. A distância para o Botafogo-SP, primeiro time fora do G4, segue confortável com três pontos de distância. Já o Vila Nova, 6º colocado, tem 11 pontos e um jogo a menos.

Os gols do Dragão foram marcados por Luís Fernando e Bruno Tubarão, ainda no primeiro tempo, e Kelvin, no segundo. Do lado rubro-negro, o time esteve atrás do placar durante toda a partida, mas quase empatou duas vezes com os gols marcados por Osvaldo e Tréllez, ambos na etapa final. A equipe comandada por Leo Condé perdeu a oportunidade de igualar o recorde histórico do Corinthians na Série B de 2008, que venceu os seis primeiros jogos e é a única equipe a conseguir este feito.

A próxima parada do Vitória é diante do Mirassol, fora de casa, que segue na cola do G4 e tem dez pontos conquistados. A partida será na próxima sexta-feira, às 19h. O volante Rodrigo Andrade recebeu o terceiro cartão amarelo no jogo e já é desfalque confirmado para a partida contra a equipe paulista.

No Barradão, o Vitória entrou em campo com uma mudança em relação ao último jogo diante do Ceará. Giovanni Augusto, com lesão na coxa, foi vetado pelo departamento médico e Matheusinho foi a escolha do técnico Léo Condé para o onze inicial do Leão. Com a troca, Osvaldo foi deslocado da ponta para o meio do campo e Matheusinho ocupou o lado direito. No primeiro tempo a dinâmica não foi efetiva e a equipe goiana foi dominante em boa parte dos 45 minutos.

Matheusinho se isolou no lado direito e não teve a companhia do lateral Zeca na construção das jogadas, que teve postura mais defensiva. Pelo meio, Osvaldo não conseguiu construir jogadas e serviu poucas bolas aos companheiros de ataque, principalmente a Welder, fixo como centroavante e que pouco saiu da área. O camisa 9 fez um jogo abaixo, não finalizou e saiu durante o segundo tempo para a entrada de Santiago Tréllez.

O Atlético soube se portar jogando contra o líder da Série B e, mesmo sem ter a maior posse de bola, controlou o ritmo de jogo e impediu que o Vitória investisse em jogadas de velocidade pelas pontas, onde tem jogadores que sabem desequilibrar no 1 contra 1, como Zé Hugo e o próprio Osvaldo. O Dragão foi extremamente eficiente e, das três oportunidades claras que teve no primeiro tempo, colocou duas na rede.

O primeiro saiu dos pés de Luís Fernando, que recebeu bom cruzamento do lateral direito Rodrigo Soares e, sozinho na área, chapou de primeira no canto de Lucas Arcanjo. 1×0. Esse foi o primeiro gol sofrido pelo Vitória no campeonato. O placar reverso despertou no time e na torcida uma situação que ainda não tinha sido experimentada nessa Série B. Como o Vitória se comportaria ao sair atrás do placar?

A primeira resposta foi negativa. Três minutos depois, Osvaldo erra um passe na intermediária de defesa, Igor Torres recebe a bola pelo lado esquerdo do campo e cruza rasteiro. O meia Shaylon não chegou na bola, mas viu o companheiro Bruno Tubarão bem posicionado para tocar a bola para o gol e ampliar o placar: 2×0.

Antes disso, Igor Torres havia levado perigo para a meta de Arcanjo com um chute forte rasteiro de fora da área, que foi bem defendido pelo goleiro do Leão. Até os 35 minutos de jogo o Vitória não tinha obrigado o goleiro Ronaldo, formado nas categorias de base e ex-jogador do clube, a fazer nenhuma defesa importante. A primeira delas, inclusive, saiu em um lance que não valeria por impedimento. O zagueiro Wagner Leonardo desviou um chute de cabeça no contra pé do goleiro, que voou na bola e tocou para escanteio. A ‘lei do ex’ parecia estar funcionando melhor para o arqueiro do Atlético.

Recuperação

O jogo foi para o intervalo sem uma grande apresentação rubro-negra, mas a equipe retornou para a etapa final com o ânimo renovado e um poder de reação que animou a torcida nas arquibancadas, que voltou a empurrar o time. A desvantagem de dois gols parecia ser questão de tempo para ser diminuída, já que o cenário agora era de um Vitória mais efetivo no ataque e um Atlético que não conseguia ficar com a bola e ditar o ritmo de jogo.

Taticamente houve um fator importante para a mudança de comportamento do Leão. Condé voltou a utilizar Osvaldo pelo lado de campo e, desde o começo da segunda etapa, o atacante se mostrava mais confortável e efetivo nos lances individuais. O primeiro gol do Vitória foi uma prova disso, aos 19 minutos.

O lance começa com um quase gol do Atlético, quando Lucas Arcanjo fez um milagre no chute de Luís Fernando dentro da grande área. O goleiro se levantou rápido e acionou direto Osvaldo no campo de ataque, que saiu do lado direito, deixou o marcador do Atlético no chão e finalizou cruzado. O chute ainda desviou no bico da chuteira do jogador goiano e entrou de mansinho na rede.

Ali o torcedor acreditou no empate, mas tomou um banho de água fria com mais um lance efetivo do Atlético Goianiense. Aos 32, Luís Fernando recebeu a bola após desarme perto da grande área, rolou a bola para Kelvin na ponta direita e o atacante deixou dois jogadores do Vitória para trás antes de finalizar. O chute cruzado ficou fora do alcance de Lucas Arcanjo e foi motivo de desânimo para a torcida rubro-negra no Barradão.

Blitz no ataque

Mais uma vez o time de Léo Condé mostrou que há espaço para competir mesmo estando atrás do placar. É bem verdade que o segundo gol saiu tarde demais, aos 44 minutos, mas antes disso o Vitória flertou com o empate diversas vezes. As modificações feitas pelo treinador foram positivas no setor ofensivo. Além da entrada de Tréllez, Rafinha voltou a ganhar minutos em campo e quase marcou duas vezes.

Na primeira, um minuto antes do gol, o atacante ficou com a bola limpa na grande área e bateu forte. Emerson Santos, do Atlético, se atirou na bola e bloqueou a trajetória. Já aos 49, Rafinha recebeu o passe a bateu de primeira, mas acertou a rede pelo lado de fora.

O gol marcado pelo colombiano saiu após bom cruzamento do lateral esquerdo Marcelo. Diego Torres dominou mal a bola, mas foi o suficiente para amaciar a redonda para o centroavante. O camisa 22 acertou uma bomba no ângulo e fez o 3×2. Àquela altura o empate já seria um ótimo resultado para o rubro-negro.

Outras chances grande de marcar saíram dos pés de Zeca, que também bateu na rede de fora do gol, e Diego Torres, que também chutou bem mas foi bloqueado pelo zagueiro Ramon, também ex-Vitória.

O empate não saiu, mas os aplausos da torcida no fim mostram que o time não sabe aproveitar apenas as fragilidades do adversário quando sai na frente do placar. Em uma Série B equilibrada como essa, o Vitória com certeza precisará mostrar mais força para sair dos placares negativos e, em jogos como esse, ser mais efetivo nas chances criadas.

Vitória 2×3 Atlético-GO (Série B do Brasileiro – 6ª rodada)

Vitória: Lucas Arcanjo; Zeca (Railan), Camutanga, Wagner Leonardo e Marcelo; Léo Gomes (Gegê), Rodrigo Andrade e Matheusinho (Rafinha); Zé Hugo (Diego Torres), Osvaldo e Welder (Tréllez). Técnico: Léo Condé.

Atlético-GO: Ronaldo; Rodrigo Soares, Gazal, Ramo (Emerson Santos) e Heron (Jefferson); Renato, Rhaldney, Bruno Tubarão (Marco Antônio) e Shaylon (David Braga); Luiz Fernando e Igor Torres (Kelvin). Técnico: Alberto Valentim.

Estádio: Barradão
Gols: Osvaldo, Tréllez (Vitória) | Luiz Fernando, Bruno Tubarão e Kelvin (Atlético-GO)
Cartões amarelos: Camutanga e Rodrigo Andrade (Vitória) | Luiz Fernando, Gazal e Heron (Atlético-GO)
Público e renda: 29.107 torcedores | R$ 535 mil
Arbitragem: João Vitor Gobi, auxiliado por Miguel Cataneo Ribeiro da Costa e Leandro Matos Feitosa (trio de SP)
VAR: José Cláudio Rocha Filho (SP/Fifa)

Fonte: Correio24horas

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