Se não tratado, com o passar do tempo o distúrbio pode levar a complicações cardiovasculares e metabólicas
Um estudo sobre a prevalência de apneia do sono, do professor Sergio Tufik, aponta que 32,9% da população têm o distúrbio. Em São Paulo, um levantamento mostrou que a cada dez pessoas, três são acometidas. A apneia obstrutiva do sono, se não tratada, pode gerar complicações graves, como problemas cardiovasculares e metabólicos, incluindo arritmias e infartos. O tratamento adequado é essencial para prevenir complicações e garantir melhor qualidade de vida ao paciente.
O tratamento para apneia obstrutiva do sono deve ser individualizado e depende de uma avaliação clínica detalhada. O especialista realiza anamnese e exame físico direcionados, buscando identificar fatores de risco modificáveis, como excesso de peso ou problemas respiratórios. Quando necessário, exames complementares podem ser solicitados para definir o melhor tratamento.
Diversos fatores contribuem para o surgimento da apneia, como predisposição genética, idade avançada, obesidade e sedentarismo.
“O ar deve passar livremente pela via aérea superior. Quando o ar passa com dificuldade, faz o barulho do ronco. A pessoa pode roncar e não ter apneia. Existem diversas situações que podem levar uma pessoa a roncar e/ou ter também a apneia”, explica a médica Andréa Barral, pneumologista especializada em Medicina do Sono, responsável pelo ambulatório de Medicina do Sono do Hospital Especializado Otávio Mangabeira e integrante da equipe do Hospital São Rafael/Rede D’Or.
Andréa alerta que a apneia obstrutiva do sono grave não tratada, com o passar do tempo, pode levar a complicações cardiovasculares e metabólicas. “Existem já relatos de associação com arritmia, infarto, então é necessário tratar para evitar essas complicações”, pontua.
“Existe também o tratamento com fonoterapia, os exercícios que o fonoaudiólogo pode fazer para fortalecer a musculatura da via aérea. Existe o aparelho intraoral, que o dentista especialista em sono também pode fazer, quando é indicado. E também existe o aparelho de pressão positiva, que é o CPAP, que é um aparelho que vai gerar uma pressão positiva na via aérea, mantendo aberta a via aérea”, explica a médica.
Confira mitos e verdades sobre apneia do sono
Quem ronca tem, necessariamente, apneia do sono
Mito. Existe o ronco primário, pessoas que roncam e não têm apneia obstrutiva do sono.
Crianças nunca têm apneia do sono
Mito. Crianças podem ter ronco e apneia, depende dos fatores de risco que apresentem.
Apneia do sono só acomete obesos
Mito. Pessoas magras também podem roncar. Depende dos fatores de risco.
Apneia pode causar morte súbita
Não é o mais frequente, mas pode acontecer.
Para evitar apneia, é importante dormir sentado
Muitas pessoas percebem melhora do ronco no decúbito lateral. Se a pessoa, além da apneia, tem refluxo, elevar a cabeceira faz se sentir melhor.
Boca seca e acordar tossindo são sinais de apneia
Não necessariamente. A pessoa pode acordar engasgada e tossindo de uma apneia, sim. Mas boca seca a pessoa pode apresentar se tiver uma rinite ou obstrução. É muito importante a história clínica.
Apneia do sono não tem cura
Tem tratamento e, dependendo do fator de risco, se for algo completamente modificável, o paciente pode resolver o quadro.
Basta mudar o estilo de vida (perder peso, incluir atividade física e evitar bebida alcoolica) para resolver a apneia
Mito. Mudanças no estilo de vida são importantes, mas para alguns pacientes pode não ser o suficiente.
Apneia afeta a memória e a concentração
Verdade. Quem tem qualidade do sono alterada pode ter alteração de atenção, concentração e memória.
Se não tratada, apneia do sono encurta a vida
Se não tratada, a apneia grave pode levar a complicações cardiovasculares metabólicas.
Insônia e apneia estão relacionadas
Verdade. O paciente, quando acorda, lembrando ou não de ter engasgado, sufocado, pode acordar em estado de alerta, com taquicardia e pode simplesmente acordar com dificuldade para reiniciar o sono. Então, sim, existe relação.
Fonte: Muita Informação
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